Trata-se de uma espécie de "Menu Cultural" do que o escritor vem produzindo no campo da poesia,conto, crônica,roteiro de cinema e TV,peça de teatro, e recentemente: novelas on-line. Além de compartilhamento de pensamentos e troca de experiências com todos aqueles que de alguma forma colaboram com a cultura sergipana.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PRIMEIRA VEZ


Todo ser humano a partir do nascimento
Acumula uma riqueza muito especial:
Coleção de experiência, de momento...
Que de tão preciosa não tem valor material.

Cada moeda que compõem tamanha riqueza
É feita de lágrima, sorriso, realização, sensatez.
Por ter perdido o medo de realizar uma proeza,
Por mais difícil que seja... Pela primeira vez.

É preciso saber viver! Emocione-se:

Como a primeira vez que viu seu filho,
Como a primeira vez que o pôs em seus braços,
Como a primeira vez que o enxergou o brilho
Ofuscante daqueles que têm fortes laços.

Como a primeira vez que caiu de bicicleta
Ou conseguiu andar sem cair.
Como a primeira vez que queria ir a uma festa
E por não se comportar, não pôde sair.

Como a primeira vez que foi à escola
E a primeira vez que passou no vestibular.
Como a primeira vez que foi pego dando cola,
E a primeira vez que se permitiu reprovar.

Como a primeira vez que encontrou seu melhor amigo
Ou se encantou com a mulher desposada.
Como a primeira vez que sem ter para onde ir encontrou abrigo
E se deu conta que sua vida era desperdiçada.

Como a primeira vez que saboreou vitória
Diante de um gol feito ou visto.
Como a primeira vez que fez história
E percebeu que era bem quisto.

É preciso saber viver. Encante-se:

Diante do primeiro beijo apaixonado,
Diante da primeira namorada.
Diante da primeira vez que estiver enciumado.
Diante da primeira crise de choro ou gargalhada.

Diante da sua cria quando der a primeira engatinhada,
Ou quando ela te mostrar a primeira avaliação.
Diante da primeira dança coreografada
Ou primeiro espirro com o gatinho de estimação.

Diante da primeira comunhão,
Diante do primeiro chocolate,
Diante da primeira suada de mão
Quando apresentar sua arte.

Diante da primeira ida
Ao cinema, teatro e pinacoteca.
Diante da fruta que descobriu preferida,
Diante da primeira biblioteca.

É preciso saber viver. Chore:

Como a primeira vez que perdeu pessoa querida
Ou ainda criança, ficou em casa sozinho.
Como a primeira vez que teve sua obra lida,
Ou quando teve de quem menos esperava um gesto de carinho.

Como a primeira vez que descobriu que todos morrem
Por causa de câncer, aids, dengue, fome ou tristeza.
Como a vez que aprendeu que os que têm fé... Tudo podem!
E transformam doença em cura... Falta em riqueza.

Como a primeira vez que conseguiu um emprego
Ou foi aprovado em estágio ou concurso público.
Como a primeira vez que se despojou de apego
Material e percebeu seu valor... Que é único.

É preciso saber viver. Sorria:

Como a primeira vez que deu uma volta em seu carro,
Ou quando tirou a carteira de habilitação.
Como a primeira vez que “tirou um sarro”
Ou numa serenata desafinou a canção.

Como a primeira vez que soube da vinda
Do seu primeiro sobrinho.
Como a primeira vez que concluiu que a vida é linda!
E que não nascemos para viver sozinho.

Como a primeira vez que divulgou a sua religião.
Como a primeira vez em que votou na sua cidade.
Como a primeira vez que fez um auto-avaliação
E viu-se predestinado à felicidade.


É preciso saber viver!

Encare estes versos
Como uma mensagem na garrafa
Jogada no oceano cósmico há séculos.

Adote seu hoje... Pra valer!
Como o primeiro dia do resto da sua vida.
Pergunte-se sem receio de responder:

Quando foi a última vez
Que você fez algo pela primeira vez?

Um comentário:

  1. Belíssimo texto Anderson, já era hora de ter um blog hein irmão rss.Reitero os reclames anteriores.Parabéns pela vasta e profunda obra.Valeu

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"Conheça todas as teorias, domine as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana." - Gustav Jung