Precipitaste minhas impurezas,
Dissociaste meu ser.
Procurei…
Meu cátion encontrou teu ânion.
Nos juntamos,
Fizemo-nos mistura homogênea!
E num frenesi insaturado.
E permaneci aéreo,
Como se estivesse sob efeito
Do hidrocarboneto
H3C - CH3.
Eu era desequilibrado,
Mostrate-me
Fiquei apaixonado,
Fez-se a estabilização.
Pobre menina,
Derramaste sobre mim
Mostrate-me que eu era ácido.
Nosso amor não tem futuro,
Nossa união
Causaria uma corrosão…
Não quero ver seu túmulo!
No auge de uma interação intermolecular
E vivo com a minha solidão
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Comentário:
Esta poesia foi escrita em 1998 durante uma aula de matemática. rsrsrsrs Também foi feita sobre influência direta de Mário de Andrade que afirmou: “o verdadeiro artista dá por paus e por pedras, labuta, sem medo de experimentar...” e da Música “Faroeste Caboclo”, que roteirizava uma história em música, nesses casos quis usar a linguagem poética misturada com conhecimentos químicos e ao mesmo tempo contar uma história de amor. Esse foi o primeiro poema escrito em linguagem química, à partir dele escrevi o livro “Química Poética” que foi apresentado num congresso nacional de química daquele mesmo ano. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos os quimiquíssimos amigos que apoiaram o projeto.