Trata-se de uma espécie de "Menu Cultural" do que o escritor vem produzindo no campo da poesia,conto, crônica,roteiro de cinema e TV,peça de teatro, e recentemente: novelas on-line. Além de compartilhamento de pensamentos e troca de experiências com todos aqueles que de alguma forma colaboram com a cultura sergipana.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Soneto Agradeça




Agradecer é bom... É terapia!
Agradeça pelo que ouvir, ler... Falar.
Agradeça a dor que gera poesia,
Agradeça tudo que te libertar!

Agradeça o labor, a moradia,
Amizade... O dia em que aniversariar!
Agradeça ao que der sabedoria,
Agradeça por tudo que conquistar!

Faça isso e saboreie paz de espírito,
Descubra o prazer da espontaneidade,
E como é lindo viver sem conflito.

Comece hoje e dê continuidade,
Faça por você... Tudo que foi dito:
Agradeça! Exale a felicidade!


segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Roda




Junto com a roda veio o movimento,
A pressa, estresse, progresso... Trânsito.
E o que era pra ajudar causou tormento,
Dinheiro, guerra, acidente, dor... Pranto.


Perdeu-se o gosto do caminhar lento,
De ver a rosa abrir e ter espanto...
De andar descalço... Sentir cimento,
De fazer o bem e um dia viver Santo.

Viva a simplicidade camponesa,
Ofereça ajuda, não espere o “pedir”!
Aprenda a ser rico e rir na pobreza.

Pois há tempo de você se redimir,
Faça as pazes com a mãe natureza...
Ame amigos e amores antes de partir!



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Comentário:

Este soneto foi escrito no dia 11 de dezembro de 2008, minutos depois que recebi a notícia de que a incomparável professora de gramática, Oldemária, tinha falecido. Comovido recordei de uma aula em especial no qual ela que tinha fama de ser superexigente parabenizou pela análise textual da música de Chico Buarque, a Roda, inspirado naquela aula e naquela maravilhosa obra, construí este singelo soneto.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Ligação




Como sempre, o dia estava corrido, e eu precisava  urgentemente comprar um cartão telefônico, coisa que providenciei após depositar um dinheirinho e fazer uns pagamentos. Por sorte, bem em frente a casa lotérica havia um posto telefônico, contudo, por azar, obedecendo a regra universal de que "uma vez atrasado, tudo dará errado", entrei numa fila.
Não demorou muito para ser atendido.
A moça perguntou o que eu queria, eu disse, ela informou o preço, paguei. Foi aí que aconteceu algo inusitado. Assim que a funcionária entregou-me o cartão, quase que instantaneamente, uma senhora, envelhecida por insolação e tristezas da vida, abordou-me. Sem querer me assustar, pegou levemente meu braço, e olhando para o fundo dos meus olhos contou sua história.
- Moço, desculpe... Eu tenho uma filha, ela tá doente, eu preciso entrar em contato com ela, não posso viajar, não tenho dinheiro pra isso, ela mora em Alagoas, e eu preciso falar com ela, mas não tenho dinheiro para comprar um cartão... A moça me deu esse número, eu já tinha esse, e ela me deu esse. O senhor me emprestar seu cartão de telefone rapidinho? É para Alagoas, é só pra perguntar se minha filha está bem, se ela teve o neném, eu só vou perguntar isso.
Surpreso, e sem acreditar tentei falar:
- Mas...
A senhora começou a chorar e a apertar minha mão de forma suplicante.
- Moço, é rapidinho, eu só vou perguntar se minha filha está bem, é só isso.
- Mas moça, é interurbano, e se eu comprei o cartão, é por que também preciso fazer uma ligação.
- Se o senhor quiser, pode ligar, é só perguntar por Velma, prima da amiga da cunhada da filha de Geraldo e perguntar se minha filha está bem, se teve o neném e pronto!
Não sei se outra pessoa iria no meu lugar, mas eu fui. Ela me deu o número, com um pouco de pressa disquei, o dia estava curto. Não demorou para atenderem.
- Quem é?
Daqui que eu explicasse quem era pelo menos cinco unidades já iriam embora, por isso fui curto e grosso.
- Boa tarde, eu gostaria de uma informação... A senhora sabe me informar se Velma, prima da amiga da cunhada da filha de Geraldo está bem?
- Quem?
- Velma, que é prima da amiga da cunhada da filha de Geraldo.
- Ah! Sim... Está.
- Ela teve neném? - cochichou a senhora me cutucando.
- Ela teve o bebê?
- Não.
- Obrigado.
Desliguei. A mulher me olhava ansiosa. Contei tudo. Estava bem e não nasceu. Por alguns minutos ela me fitou atônita, depois indagou:
- Como não nasceu? Tem certeza que ela falou de Velma?
- Bem, eu perguntei duas vezes, se era Velma, que é prima da amiga da cunhada da filha de Geraldo.
- E disse que não nasceu?
- Foi o que ela disse.
- Mas como não nasceu?
- Pode ter sido um pequeno atraso.
- Minha filha quando nasceu teve um atraso de cinco dias, e ela me disse que teria a menina no mês passado, aonde já se viu um atraso de um mês?
Sem resposta ambos ficamos mudos, e ela chimava meu cartãozinho. Então lembrei que a vida não parou e ainda tinha muita coisa pra fazer.
- Bem, pelo menos ela está bem!
- É, mas isso não me deixou tranqüila não, só me deixou, mas aperriada.
Em silêncio deu mais uma olhadinha cobiçando o meu cartão. Sem graça improvisei minha saída.
- Desculpe, mas preciso ir.
- Muito obrigada. Desculpe.
- A senhora tenha um bom dia.
Nos cumprimentamos, ela deu mais uma cortejada em meu cartão e fui embora pensado na tal gravidez atrasada.




quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Profeta e a Coletiva de Imprensa




Qualquer um que passasse pela Praça Fausto Cardoso naquele dia, e visse uma multidão de fiéis das mais diversas religiões com toda imprensa reunida no calçadão da Rua Laranjeiras, Centro, escutando um homem estranharia. Principalmente, por que se tratava de um mendigo.
Se quisermos entender o porquê daquele fato, querendo ou não, devemos voltar a três meses atrás para o HUSE, onde aquele homem se encontrava agonizante esperando a hora em que pudesse ser atendido. Ele não podia reclamar, afinal de contas são muitos os amigos dos amigos do médico e das enfermeiras, mas isso não vem ao caso. O homem ficou uma semana esquecido no corredor, e nesse período, segundo ele, uma luz apareceu dizendo que ele era o escolhido, o novo Profeta. Desde então foi nisso que se transformou.
 Sua fama espalhou-se rapidamente, porém, aos incrédulos assegurou que provaria aos olhos de quem quisesse ver que realmente era quem dizia ser. Como? Fazendo milagres ao vivo e em cores... E aquele era o dia “D”.
Todos estavam a postos. A maioria permanecia em silêncio, outros rezavam. Um repórter famoso intermediou o evento.
- Senhoras e senhores, estamos todos aqui, reunidos hoje,  nesta linda praça, para testemunhar alguns milagres do novo profeta.
- Amém!
- Podemos começar Sr Profeta?
Com um gesto do homem, duas mulheres de rosto coberto, trouxeram uma bacia com água. Estendeu as mãos direcionando para todos os lados a fim de que todos pudessem ver, e lentamente mergulhou-as n’ água. A água virou vinho. Houve aplausos e louvores. Entretanto, um menino de rua não fez nenhuma coisa nem outra, apenas sorrio despertando a curiosidade de um repórter atento.
- Menino, me diga, por que você sorriu?
- Tá isso é fácil!
- Fácil?! - Espanto geral.
- Claro! Quem não garante que ele não melou a mão com Kisuque de morando antes de molhar as mãos?
O repórter encarou o profeta.
- Senhoras e senhores Profeta fará um segundo milagre. – Anunciaram.
Novamente vieram as fiéis. Dessa vez elas entregaram um pão ao mendigo e ele distribuiu pra toda a multidão, inclusive ao menino. Mas mesmo assim o menino sorriu.
- Minha mãe faz isso todos os dias comigo e meus trinta irmãos e nem por isso é Santa.
Subitamente, sem esperar o anúncio dos assistentes, o mendigo começou a levitar.
- Tá! Isso David Coperfield faz direto!
Irritado, o suposto profeta gritou:
- Agora farei uma coisa que somente um Profeta poderia fazer. Vou morrer e vou ressuscitar!
Irritado, infiltrou-se no meio da multidão e deitou-se num buraco. Noutro gesto, seus seguidores cobriram-no de terra rezando.
Quando terminaram um enorme cronômetro foi colocado no meio da praça.
Suspense total.
Os olhares se dividiram, uns estavam para o buraco outros para o menino. Meia hora depois o profeta surgiu vivinho da silva, mas ninguém aplaudiu ou rezou, todos focaram as atenções no menino, e, em meio a um close especial da câmera 2 da TV Sergipe, o guri sorriu e disse:
- Esse truque o Mister M fez ontem no Fantástico.





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Comentário:

Esta crônica é uma da minhas preferidas e foi escrita por volta de 2004, quando o frisson da mídia eram as revelações dos truques de mágica do "Mister M". Lembro-me de um episódio no qual se mostrou o making off do truque do "Enterrado Vivo", e pensei o quanto somos bem aventurados em termos o dom da fé, única e exclusivamente pela certeza do coração, e o quanto seriam complicado um novo profeta convencer as pessoas céticas em época cheia de tecnologia e truques de mágica. A crônica "O Profeta e a Coletiva de Imprensa" foi escrita originalmente com o título "O Messias". Que Deus nos abençoe, pois os homens ainda não sabem o que fazem. 

 

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Inesquecível Emprego na Vídeo Locadora




Um homem lê jornal num banco de praça. De repente, aproxima-se um rapaz comendo uma fatia de pão. Ao notar o jornal tenta lê-lo, mas o Homem não deixa. Vira-se, contudo, rapaz não desiste, toma uma nova posição que o irrita, por isso troca de posição varias vezes seguidas até rasgarem o jornal. Nesse instante, ao encarar P... da vida o rapaz, percebe que se trata de um amigo de infância.

FERNANDO: - Miro?!
MIRO: - Fernando!
FERNANDO: - Como você mudou rapaz!
MIRO: - É verdade, tô careca, barrigudo e desdentado.
FERNANDO: - É verdade.
MIRO: - Mas você ta bem, não mudou nada.
FERNANDO: - Com plástica agente nunca muda.
MIRO: - Plástica onde rapaz?
FERNANDO: - Na barriguinha, no peitinho e na bundinha.
MIRO: - Ih rapaz, aonde foi que você aprendeu a falar boiolêz?
FERNANDO: - Como é?
MIRO: - Você deu uma quebrada... Hum... Sei não, você pode não estar exercendo a profissão, mas que tá carregando as ferramentas, isso tá.
FERNANDO: - Que é isso Miro, tá me estranhado, eu mudei, mas não tanto. Além do mais sou casado, muito bem casado.
MIRO: - Tudo bem deixa isso pra lá.
FERNANDO:- Já faz dez anos!
MIRO: - Parece que foi ontem...
FERNANDO: - Mas, que anda fazendo?
MIRO: - Nada...
FERNANDO: - Então... Tá com a vida ganha?
MIRO: - Ganha o quê rapaz, estou desempregado há três meses e não arranjo nada.
FERNANDO: - Porque não quer! Um homem cheio de saúde arranja emprego fácil, fácil.
MIRO: - Você fala isso porque ta bem de vida.
FERNANDO: - Não to tão bem de vida assim não, eu só tenho uma vídeo locadora.
MIRO: - Você diz que é fácil porque é patrão e está do outro lado da mesa. Desse lado aqui meu amigo, tão pedindo noções de informática...
FERNANDO: - E você não tem?
MIRO: - Tenho sim, ta pensando o quê?! Eu sei muito bem o que é um computador, toda hora aparece um numa propaganda escandalosa da televisão.
FERNANDO: Isso não basta Miro.
MIRO: - Sabe o que tão pedindo também?
FERNANDO: Saber ler e escrever?
MIRO: - Nãããão... Isso só acontece numa prefeitura do mundo...
FERNANDO: - Então estão pedindo o quê? Segundo grau?
MIRO: - Segundo grau que nada, já foi esse tempo... No mundo lá fora, meu amigo, estão pedindo diploma superior.
FERNANDO: - Mas hoje em dia isso é indispensável.
MIRO: - Mas eu sou porteiro Miro pra que eu preciso de diploma? Só se tiver alguma Faculdade de Portaria... Ah! Noutro dia, fui fazer uma entrevista pra gari e sabe o que me pediram?
FERNANDO: O quê?
MIRO: - Tão pedindo inglês pra gari...
FERNANDO: - Mas hoje todo mundo preciso falar inglês.
MIRO: Pra quê!? Pra falar com vassoura?
FERNANDO: - Que vai fazer agora?
MIRO: - O de sempre... Nada.
FERNANDO: - Nada disso, que tal passarmos na minha locadora. É bom que aproveito e te apresento minha mulher.
MIRO: - Rapaz eu to com fome, vai ter rango lá?
FERNANDO: - Sempre tem.

LUZ EM RESISTÊNCIA. UMA MULHER GUARDA FITAS DE VÍDEO NUMA PRATELEIRA, SEUS GESTOS SÃO MUITO SENSUAIS. ELA INTERROMPE SEU TRABALHO COM CHEGADA DE MIRO E FERNADO.

FERNANDO: - Marisa lembra que sempre lhe falei de um grande amigo meu de infância que eu nunca mais tinha visto?
MARISA: - Lembro, não é aquele lhe devia um dinheirão?
MIRO: (FAZENDO MENÇÃO DE IR EMBORA) - Deve ser outro.
FERNANDO: - Esqueça isso Miro, eu nem me lembrava mais, isso não tem importância, um dia você paga... (TEM UMA IDÉIA ) Melhor! Que tal você trabalhar pra mim? Assim eu descontaria aos poucos o que você me deve e você sairia da lista de desempregados.
MIRO: - Pode ser... Tô fudido e mal pago mesmo. Quando começo?
FERNANDO: - Amanhã mesmo, é que vou precisar fazer uma viagem de negócios...
MIRO: - O senhor é quem manda patrão.
FERNANDO: - Tá combinado então Miro, amanhã você começa.
MIRO: - Num tô nem acreditando, você é um amigão mesmo!

Fernando sai de cena. quase que instantaneamente retorna.

FERNANDO: - Miro, antes que me esqueça, enquanto eu estiver fora, faça tudo o que minha mulher mandar. Tudo que minha mulher mandar, tudo, entendeu?
MIRO: - Entendi, sim.
FERNANDO: (saindo de cena) - Entendeu mesmo?

Mudança de tempo. Miro limpa e guarda fitas de vídeo numa estante. De repente chega à esposa do amigo, usando uma minissaia.

MARISA: - O que o senhor está fazendo?
MIRO: - Tô arrumando a Locadora.
MARISA: - Muito bem... É assim que eu gosto...
MIRO: - Bondade sua patroa.
MARISA: (ROÇANDO OS SEIOS NAS COSTAS DE MIRO ENQUANTO ELE TRABALHA) – Adoro homens prestativos.
MIRO: - A senhora tá bem Dona Marisa?
MARISA: - Não, estou me sentindo muito sozinha.
MIRO: - Tenho uma coisa boa pra senhora.
MARISA: - É! O quê!?
MIRO: - Esse filme é ótimo, espanta qualquer solidão.
MARISA: (Alisa as pernas de Miro, fazendo-o perceber suas intenções) - O único filme que tô a fim de assistir é “Me arromba que eu gosto”.
MIRO: - Infelizmente não temos esse, Dona Marisa.

MARISA COMEÇA A SE ABANAR.

MIRO: (PARA A PLATÉIA) – Ô meu Deus, a mulher tá querendo... Porcaria, logo eu que tô numa seca braba... Mas Fernando é meu amigo, eu não posso... (ATOR DEVE PERGUNTAR PARA ALGUM HOMEM O QUE FARIA)... Não, eu não posso... Eu preciso desse emprego. (VOLTA-SE PARA MARISA) – A senhora está se sentindo bem?
MARISA: - Tô com fogo.
MIRO: - A senhora bebeu?
MARISA: (Tirando a blusa) – To com sede de homem.
MIRO: - Sede? Isso se resolve...

MIRO SAI DE CENA, ENQUANTO ELE ESTÁ FORA MARISA TIRA ROUPA, QUANDO ELE VOLTA ELA SÓ ESTÁ DE LINGERIE.

MIRO: - Tá aqui Dona Marisa, seu copo d’ água.
MARISA: - Água que nada, eu quero é você!

IMPACIENTE MARISA AGARRA MIRO A FORÇA, ELE GRITA.

MIRO: - Beba seu copo d’gua Dona Marisa que isso passa. (ELA SE AJOELHA E ABAIXA SUA CALÇA, DESESPERANDO-O) Pelo amor de Deus Dona Marisa, Fernando é meu amigo e eu preciso desse emprego!

NESSE INSTANTE, FERNANDO SURGE FLAGRANDO OS DOIS SEMI-NUS E MARISA AJOELHADA NA FRENTE DE MIRO.

FERNANDO: - O que é isso?

MARISA NÃO SE AFLIGE, COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO CAMINHA ATÉ O ESPOSO E O BEIJA. MIRO, SEM ENTENDER NADA TREME.

MIRO: - Não é nada do que você está pensando!
MARISA: (SORRINDO) – Realmente não é, por mais que eu quisesse.
FERNANDO: - Como assim?
MARISA: - Nandinho, seu amigo realmente gosta de você... Eu quis tanto dar uma com ele, insisti, insisti, e por consideração a você, a sua amizade, ele não quis.

IRRITADO FERNANDO DÁ UMA BRONCA EM MIRO.

FERNANDO: - Que história é essa rapaz? Eu não disse pra você fazer tudo que minha mulher mandasse? Eu não disse?
MIRO: - Disse... Mas... Eu pensei.
FERNANDO: - Eu não lhe contratei pra pensar... Eu mandei você fazer o que minha mulher mandasse... Como é que você dispensa uma mulher desse rapaz?... Você só pode ser boiola, e boiola não trabalha comigo! Rua!



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Comentário:

Completando a sequência de textos teatrais inéditos em comemoração ao Mês do Teatro, segue mais um texto de Anderson Sant' Anna. "O Inesquecível Emprego na Vídeo Locadora" ou “Vídeo Locadora”, faz parte do espetáculo "Crônicas Teatrais", uma comédia para quatro atores que faz uma divertida crônica do cotidiano.