Trata-se de uma espécie de "Menu Cultural" do que o escritor vem produzindo no campo da poesia,conto, crônica,roteiro de cinema e TV,peça de teatro, e recentemente: novelas on-line. Além de compartilhamento de pensamentos e troca de experiências com todos aqueles que de alguma forma colaboram com a cultura sergipana.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Apagão



Apagão na decência, na moralidade,
Na transparência, publicidade,
Na consciência, irmandade...
É assim que vive a sociedade.

Apagão de políticos legislando desonestidade,
Descomprometidos com o povo, com o país e tua cidade.

Apagão de CPI que não apura irregularidade,
Que não objetiva punição, coercibilidade,
E camufla colarinho branco sob o manto da imunidade.

Apagão de PEC que não esteja a serviço da comunidade,
Que não amplie conquistas, direitos, igualdade,
Que não atue como braço forte da probidade.

Apagão de vereadores que não tenham vontade
De labutar próximos ao povo, no centro da cidade,
E que não aprovem CPI do transporte da coletividade.

Apagão da mídia que não é construída com imparcialidade,
Que noticia fatos com manipulação, sem verdade,
Que levantam bandeiras e ideologias cheias de ambigüidade.

Apagão na democracia que não é sinônimo de pluralidade,
Que é, ou tenta ser, meio de fomentar divisibilidade
Entre etnias, riquezas, aquém da humanidade.

Apagão de cultura e entretenimento sem qualidade,
Que desvalorize boa música ou qualquer expressão de arte,
Que Irrita, desmotiva, entristece e bloqueia criatividade.

Apagão no amor que não seja único, com fidelidade,
Que não ultrapassa a micareta e não abraça a longevidade,
Que é sexy pela carne, e não pela intelectualidade,
Apagão no amor-propriedade, que não tem nada a ver com liberdade.

Apagão de manifestações que não estejam de mãos dadas com a pacificidade,
Que exige polícia humana, mas a trata com desumanidade,
Que é pautada em única fonte, ou apenas na face-conectividade.

Apagão de falsos profetas e merchandising de caridade,
Apagão de médicos e profissionais do Direito com inacessibilidade,
Apagão de apagões, de políticas públicas sem seriedade.

Apagão de presente sem futuro e do futuro sem prosperidade.



Por Anderson Sant’ Anna Teinassis no dia 28.08.2013 às 23h25min



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

E VOCÊ!?




Antes você se achava poderoso,
Mandava e desmandava ao seu bel prazer.
Julgava-se gênio, lindo, formoso,
E que todo mundo ia lhe satisfazer.

Tinha se esquecido que iria envelhecer;
Que não adiantava fingir ser piedoso;
Que amigo não é pra comprar, nem pra vender!,
Que a mentira gera fim desastroso.

Nunca se esqueça que nós viemos de pó;
Que o mal que se faz hoje, amanhã pagar-se-á;
Que quando você falha... Fica só.

Poder é ilusão! Custa, mas a lição virá.
E o que sobe rápido, desce sem dó...
Outros cometeram erros? E você!? Cometerá?



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* Escrito em 17.08.2008 e publicado na coletânea "Um Outro Hoje" de Anderson Sant' Anna.






segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Sofrimento



O sofrimento
É pai da sabedoria
E do amadurecimento...

É igual em qualquer lugar do planeta,
A qualquer momento.

O que muda...
São as circunstâncias que o provoca.

Mas o objetivo é sempre o mesmo:
Nossa evolução espiritual.
Não é à-toa que sofrimento
Rima com crescimento.



* Poema do livro FRENESI de 1992, por Anderson Sant’ Anna


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hiroshima e Nagasaki






O cogumelo surgiu
Com imponência e voracidade.
Emergiu, luziu,
Destruiu Nagasáqui.

Suntuosidade...
Ponho as mãos em pala,
O céu se despedaça
Num fulgor escarlate.

Adeus árvores que outrora
Eram floridas,
E agora são esvaecidas.

QUIETAÇÃO!

O cúmulo do sofrimento
Não é manifestado com um grito,
Mas sim com silêncio.

Não sinto dor,
Remorso apenas...
Meu relógio parou,
E com ele, a vida, a inocência.



 

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Comentário:

Essa poesia foi escrita em Agosto de 1995, quando li uma reportagem da revista Super Interessante alusiva aos 50 anos daquele ato vergonhoso do ser humano. Não podemos esquecer para que algo horrível nunca mais aconteça!