Estou
farto do vocábulo parcelado!
Do
discurso teatralizado,
Do
número estatísticamente alado ser anexado ao prolixo papo-furado
E de
ver o papel timbrado em questão de horas decretar o direito de greve
ilegalizado!
Estou
farto de ver o direito de pagamento até o 5º dia útil ser amputado.
Abaixo
o Ser abnegado, adestrado, dedicado,
Que em troca
é pressurizado, humilhado e açoitado pelo Bem Amado.
Abaixo
o grito silenciado, sufocado, abreviado, aniquilado
Que é
aboiado por qualquer sofista/oportunista desacretidado.
Estou
farto de ver o mesmo peso com duas medidas ser pesado.
Materializado.
Fundamentado.
Trabalhado.
De todo
ato blindado em subterfúgio impresso e televisionado.
Estou
farto de sentir-me desmotivado, desmoralizado, desamparado, desrespeitado!
Será
que, um pau-mandado, qualquer um, não sabe o caminho do tesouro sonegado?
Seria
ao menos possível ter a esperança de um “Habeas-Greve” positivado?
Quero
um lugar legalizado, impessoalizado, moralizado, publicizado e eficientizado.
Onde
parcelado não rima com revoltado,
parcelado
não rima com endividado,
parcelado
não rima com lesado,
onde
parcelado não rima com enojado!
Acima
de tudo, não quero saber do vocábulo conformado,
Tampouco
do protesto superficial, oco, virtualizado.
By Teinassis
Sempre gostei do poema “Poética” de Manoel Bandeira. E aqui
Teinassis se manifestou fazendo uma livre adaptação daquele magnífico e
histórico poema.