Trata-se de uma espécie de "Menu Cultural" do que o escritor vem produzindo no campo da poesia,conto, crônica,roteiro de cinema e TV,peça de teatro, e recentemente: novelas on-line. Além de compartilhamento de pensamentos e troca de experiências com todos aqueles que de alguma forma colaboram com a cultura sergipana.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Um Amor de Rapariga




Dênisson andava muito entusiasmado com a nova namorada. Tanto, que os amigos já estavam saturados de ouvi-lo dizer: “Eu to dizendo rapaz, é essa!” E os amigos não cansavam de repetir: “Todas até hoje foram: essa”. E riam entre um gole e outro de cerveja. Assim a vida prosseguia.
Nesse ritmo creio que não é difícil imaginar que após dois meses Dênisson já estava arriado dos quatro pneus e o estepe pela tal rapariga. “Rapariga”; era assim que os amigos se referiam a musa do rapaz quando indagavam, sem muito interesse: “E aí, como vai a vida com a Rapariga?”. O apaixonado aproveitava a deixa para esparramar na mesa do bar inúmeros adjetivos a mulher perfeita.
Um dia os amigos a muito custo conseguiram arrastar o namorado da Rapariga para um show de “Calcinha Preta” que mais uma vez aconteceria na Praça de Eventos da Orla. O lugar era ótimo: ao ar livre, na beira do mar. Propício a encontros memoráveis. Só depois de muita insistência o companheiro da “Rapariga” decidiu ir. Mesmo assim, por que a namorada ligou dizendo que não iria, pois estava “naqueles dias” e gostaria de ficar sozinha em casa. Entretanto, até hoje ele diz que não foi ao show por causa disso, e sim porque os amigos fizeram o convite e realmente precisava relaxar. E para isso, não há nada melhor que um bom forró.
No show, Dênisson procurou isolar-se no canto. Não queria dançar, pois sabia que se dançasse provavelmente não resistiria e ele não agüentaria. Mais uma vez, só depois de muita insistência acabou dançando. Talvez por educação já que a garota pediu a dança. Ele era muito educado para dizer não.
Dançaram três músicas. E a garota se empolgando... Até que pediu um beijo! E o nosso amigo que fez? Ele pediu desculpas e abriu o jogo: “Desculpa, você é muito bonita, mas... tenho namorada.” A menina não se conteve e insistiu: “Bobagem. Ela não vai saber se você não contar”. Apesar disso ele disse não. A mulher foi embora o chamando de boiola. Obviamente os amigos zoaram a noite inteira devido a esse conhecimento.
Mas... Como toda mulher perfeita também tem seus defeitos, o que ele acreditava que jamais aconteceria, acabou acontecendo. Por volta das três da manhã, Dênisson viu uma mulher parecida com a amada “Rapariga” no maior amasso com um rapaz. Aquilo foi um golpe muito forte. E por mais que os amigos tentassem conter o namorado da Rapariga, não conseguiram. Dênisson foi tirar satisfações numa hora em que a mesma estava sozinha.
- Como você faz uma coisa dessas comigo?! Logo comigo? Que sempre disse a todos os meus amigos que você era perfeita, que colocava a minha mão no fogo por você! Logo eu, uma pessoa que sempre lhe tratou como uma Rainha! E agora, o que será de mim? Como vou conseguir botar a cara na rua, sabendo que todos vão me chamar de corno! Como? Responda! Como?
A Rapariga, imparcial, como se nada tivesse acontecido, apenas disse:
- Você nunca será chamado de corno, você é o Ricardão. O rapaz que você viu comigo é meu noivo há cinco anos.
Depois de receber um “copo de capeta”, a Rapariga foi embora sem dizer adeus. E Dênisson pediu a mesma bebida, dando escandalosas gargalhadas.





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"Conheça todas as teorias, domine as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana." - Gustav Jung