Trata-se de uma espécie de "Menu Cultural" do que o escritor vem produzindo no campo da poesia,conto, crônica,roteiro de cinema e TV,peça de teatro, e recentemente: novelas on-line. Além de compartilhamento de pensamentos e troca de experiências com todos aqueles que de alguma forma colaboram com a cultura sergipana.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Água




Em minha vida
Água bateu
Vírgula
Bateu e bateu
Reticências
E por mais
Que eu não quisesse
Ela tanto bateu
Que furou o meu coração
Reticências
E furado
Vírgula
O coitado esqueceu
O que era perdão
Ponto
Esqueceu que muitos são
Criados
Vírgula
Educados
Para seguir
Fundamentados no subtrair
Sem enxergar
No outro entre aspas
Um irmão
Ponto
Gandhi
Virgula
Que belas palavras
Dois pontos
O fraco nunca pode perdoar
Ponto
O perdão é um atributo do forte
Fecha aspas
Vírgula
Mas como é difícil vivenciá-la
Reticências
Sei
Vírgula
A mensagem que dizia
Para entregar a outra face é antiga
E tão impossivelmente atual
Em minha casa
Vírgula
Na rua
Vírgula
Avenida
Vírgula
Na sociedade
Ponto
É
Reticências
Água humana tanto bateu
Que meu coração esqueceu
Que pulsar rima com acreditar
Vírgula
Quer perdão rima com o coração
Vírgula
E este último
Vírgula
Com a vida
ponto







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Comentário:

Assim como foi o processo de escrita do poema “Frenesi” que foi o marco inicial do livro Química Poética, Barata, a peça teatral “Quem tem amigo quadrado a amizade é circular”, esta poesia igualmente, foi uma brincadeira literária. Lembro-me como se fosse ontem que depois de duas horas de ministrar aula particular de Física, comecei a rabiscar um poema em que as pontuações não eram postas, mas escritas, como se por extenso. Mostrei para o querido aluno Hulemar e tantos outros amigos, e todos acharam a proposta interessante. Também gostei.




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"Conheça todas as teorias, domine as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana." - Gustav Jung